Juruena

Meu parceiro Victor Batista (mineiro, radicado em Pirenópolis, GO) informou, então, numa troca de
mensagens, que amanhã ou depois estaria indo, como convidado, participar mais uma vez do Festival Juruena Vivo, no estado do Mato Grosso.
Atendendo minha curiosidade, Victor concedeu algumas informações imediatas e ainda me legou, logo, um leque de links. (dá uma olhada: https://vimeo.com/527535645, documentário de Adriano Gambarini, com música dele, Victor Batista,  https://amazonianativa.org.br/ e https://redejuruenavivo.org.br/)
Os povos originários que habitam (desde sempre) a bacia do Juruena, como tantos outros povos (de tantas outras bacias, de tantos outros rios) vivem sob constante ameaça.
Induzidos por aquele conjunto de informações e pelo envolvimento do Victor com o movimento de resistência (e de preservação) do qual o Festival é uma das frentes, criamos essa canção que se agregou naturalmente ao repertório do álbum Calango no Congo que vínhamos, já então (meados de 2022), produzindo.
E torna-se hoje, quando o álbum está perto de chegar às plataformas digitais, mais um episódio desse Letra por letra de domingo, sob os auspícios da Cândida.

Juruena
(com Victor Batista)

Nasce de um olho d’água
na Chapada Paresi,
em um berço abençoado:
sumaúmas, buritis.
Terra de Munduruku,
Nambikwara, Kayabi…

Juruena vai crescendo
até formar o Tapajós,
grita em cada cachoeira
o refrão da nossa voz.
É o coral da resistência:
Juruena somos nós!

Todo salto é sagrado,
diz a tradição Myky,
Manoki, Apiaká
e ancestrais Bakairi:
esse rio é nossa vida
nosso lugar é aqui.