Francisco Grijó é capixaba, escritor e professor de Literatura Brasileira. Autor de Diga Adeus a Lorna Love (contos, 1987); Um Outro País para Alice (contos, 1989); Com Viviane ao Lado (romance, 1995); Licantropo (contos, 2001); Histórias Curtas para Mariana M (romance, 2009); Todas Elas, Agora(contos, 2013); Os Mamíferos – crônica biográfica de uma banda insular (biografia, 2016) e Fama Volat (2019). Autor de grande sucesso, participou de várias antologias literárias (conto, crônica) entre 1994 e 2018.
Ano: 2019
Fama Volat é um mergulho no estranho mundo de uma sociedade secreta que se dedica ao comércio de obras de arte. Duas narrativas paralelas entrelaçam história e ficção e se comunicam a partir de um duplo assassinato. Enquanto o investigador Rosa-Torres tentar desvendar o crime, cercado de policiais cujos sugestivos nomes remetem a escritores capixabas, aparecem referências a famosos artistas brasileiros e estrangeiros. A trama leva o policial a uma improvável jornada pelas ruas de Vitória, culminando em um desfecho surpreendente.
Leia maisCapaz de escrever com desenvoltura textos de diferentes formatos, Francisco Grijó contribuiu para o jornal A Gazeta entre 2011 e 2015, exibindo em suas crônicas semanais a mesma liberdade que demonstra em suas conversas com amigos, em sala de aula ou no bem-sucedido projeto Livro aberto, série de “entrevistas” promovidas em seu perfil no Instagram. A dedicação à literatura nos mais diferentes espaços é uma constante na carreira desse escritor extremamente produtivo e legítimo “profissional das letras”.
Doxa: Brevíssimas opiniões não tão politicamente corretas sobre cinema, música, livros é uma seleção, realizada pelo próprio autor, dos textos publicados naquele período. Não passaram por atualizações, o que preservou o sabor do tempo de sua publicação, optando-se por notas explicativas quando necessário. Com humildade, Grijó assume que alguns pontos de vista já não são os mesmos, pois alguns anos a mais de vida e algumas experiências com que se deparou em seu trabalho como Secretário de Cultura o levaram a reconhecer que vez ou outra era preciso corrigir o grau de suas lentes, o que fez sempre sem titubear. Quem não tem medo de expressar suas opiniões também não deve ter medo de mudá-las.
Quem conhece esse irrequieto provocador sabe que Francisco Grijó nunca se eximiu de falar o que pensa sobre tudo. Prova disso são os textos que ele agora reúne com um subtítulo que destaca seus assuntos preferidos: cinema, música e livros, em “brevíssimas opiniões”. Contudo, esses temas são apenas a ponta do iceberg, visto que são abordados em uma vasta conexão com tudo o que diz respeito ao homem.
Enfim, Doxa é isso, um pequeno recuo temporal em textos que entrelaçam eventos de longa duração. Ainda que as provocações que o leitor encontrará já tenham feito alguns aniversários, permanecem vivas, pulsantes e instigantes. Mas não há com o que se preocupar, o leve humor do autor até disfarça a saia justa em que nos coloca.
Leia mais