Duílio Kuster Cid é natural de Vitória. Mestre em História pela UFES, é professor, historiador, ator e escritor. Teve vários textos premiados, entre eles O sobrado e O canto da crise, dois livros de poemas contemplados respectivamente pela Universidade de Fortaleza e pela Secretaria de Cultura do Espírito Santo. Também teve textos teatrais encenados com patrocínio da Secult-ES, além do livro Revolução de caranguejos, um levantamento histórico do teatro capixaba durante a ditadura militar. Em seu trabalho teatral, além de dramaturgo, Duílio é membro fundador da Folgazões Artes Cênicas, companhia de teatro com destacado papel no Espírito Santo. Publicou recentemente o livro Ayla e Marmelo, uma obra infantojuvenil. Enquanto aguarda a publicação de uma coletânea de peças, trabalha no romance Glauco.
Ano: 2020
Conheça a história da menina que vem para o Brasil com seus pais fugindo de conflitos em seu país. Aqui ela tem contato com a cultura local e se vê rodeada pelas belezas que compõem a paisagem da lagoa do Juara, na Serra. Tendo que viver em uma terra diferente e entre pessoas com costumes diferentes, Ayla encontra alguma lembrança de sua terra na cor de um inusitado amigo. E, mesmo longe das atribulações que vivia no país de origem, ela se vê no centro de um conflito entre o homem e a natureza.
Autor de fortes textos para o teatro e de inspirados livros/poemas conceituais em que há uma permanente atenção a valores humanitários, Duílio Kuster Cid estreia na literatura infantil com um trabalho que mantém sua preocupação com a realidade sem se deixar levar por um discurso panfletário.
As ilustrações de Rossana Cordeiro exprimem com precisão os elementos naturais tão bem descritos pelo autor. A artista conhece bem o lugar, onde coordenou um passeio fotográfico com alunos do ensino fundamental da rede municipal egressos de uma oficina que ela promoveu. A atividade rendeu fotos premiadas em concurso da Prefeitura da Serra. Mas como a saudade está sempre presente ao longo da narrativa, uma das imagens do livro também visita a terra natal de Ayla, retratando o mercado tão familiar à menina e evocado pela cor do inesperado amigo.
Leia maisAno: 2018
Neste delicado e potente O CANTO DA CRISE, Duílio Kuster Cid nos leva a percorrer vários espaços. Partindo da “pátria”, atravessando o “mundo” (na verdade, mundos), dialogando com a “ilha”, perpassando, nas últimas duas partes do livro (“ego” e “Theo”), a cartografia de um sujeito falante, o eu lírico textual, em que o sujeito tenta o desnudamento e uma dura avaliação do próprio sujeito e dos sentidos possíveis da existência.
Leia maisEm A Revolução dos Caranguejos, Duílio Henrique Kuster Cid, vai buscar, em um recorte da história capixaba durante o período da ditadura militar, fatos que expliquem o estado atual das políticas públicas para as artes e a cultura no Espírito Santo e, consequentemente, no país.
A obra é de suma importância para professores, produtores, artistas e aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre a visão da administração pública para as artes (em especial as cênicas), uma vez que a historiografia do teatro nacional é circunscrita, geralmente, ao teatro realizado nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, provocando um apagamento de fatos históricos e experiências exitosas ocorridas em outras cidades e regiões do Brasil.
Duílio Henrique Kuster Cid nos apresenta um retrato da produção espírito-santense que, contraditoriamente, teve seu auge na ditadura militar. Após um trabalho arqueológico, o autor nos brinda com uma bibliografia pouco conhecida e uma organização documental preciosa que nos permitem entender o processo personalístico de apoio à cultura praticado não só no Espírito Santo, mas, por analogia, em todo o país.
O livro convida o leitor a analisar as causas e consequências nefastas da ausência de políticas culturais para o Espírito Santo, a burrice da censura e a forte repressão aos artistas durante a ditadura militar; a criação e o desmantelamento sucessivos de órgãos e instituições culturais no país e o baixo investimento em arte e cultura no país.
Para amenizar a dureza do tema, as passagens pela cidade de Vitória de montagens de espetáculos com atores conhecidos e consagrados nacionalmente e o depoimento dos artistas do Espírito Santo, como as de Paulo Autran e Luis Tadeu, a influência do Teatro de Arena, do CPC e do Oficina, além de fatos como o incêndio do futuro teatro da UNE, ilustram o livro e reavivam nossa memória.
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