Antônia

Letrista itinerante, tenho encontrado (e ficado) com parceiros musicais variados pelas esquinas dessa trilha literária em que insisto transitar.
O acaso (a sorte?) tem me permitido, assim, inesperados enlaces com diversos e criativos melodistas.
Mas a minha (recente) comunhão musical com Edivan Freitas se deu de forma diferente, não foi presente do acaso.
Deu-se entre nós dois, o que se costuma chamar de casamento de encomenda:
foi Maria Zalem, impositiva (positivamente) quem determinou essa sonhada (por mim, pelo menos) boda cancionista.
Essa produtora cultural e cineasta cariaciquense, trabalhava em meados de 2021, na produção de um vídeo documentário sobre Antônia (Maria Antônia Moura Silva) “mulher negra e inspiradora” que desenvolve um trabalho de economia solidária e de associativismo comunitário na região de Vista Dourada (Território do Sol) em Cariacica.
Portanto foi assim, pra atender à demanda musical desse projeto de alto valor político e social conduzido pela Zalem, que eu, que queria (quem não quer?) há muito tempo um entrelaçamento criativo com o grande Edivan, alcancei meu intento.
Nosso compromisso semanal de Letra por letra, aqui na casa da Cândida, traz hoje, então, pra você o produto musical resultante desse conúbio atiçado pela Maria Zalem.

Leia e ouça (arranjo, voz e violão: Edivan Freitas; percussão: Edu Szajnbrum; finalização de estúdio: Marcos Côco)


Antônia
(com Edivan Freitas)

Antônia tem tom de fraternidade,
tom de sol, tom de luz, tom de igualdade
e um aceno de poesia em cada mão:
Antônia tem o dom da comunhão!

À lapela um girassol
e nas mãos a liberdade
ruas com casas de sol
e praças de amizade

a paisagem é dourada
em territórios de luz
alegria conquistada
pelas mãos de quem produz

Antônia tem o tom da harmonia
que se espalha quando o sol acende o dia
e partilha energia em profusão:
e a vida então se dá de mão em mão.

Ouça a música: